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SALARIAZO La grave crisis que afecta a los partidos políticos, agentes del gobierno y parlamentarios tiene como una de sus puntas mas destacadas la acción del Congreso y, en él, la Cámara Federal. Son diputados algunos de los acusadores y de los acusados más prominentes y era la actividad parlamentaria el objetivo del chamado "salariazo". Es inevitable, por eso, que el episódio recaiga sobre el parlamento como mas uno de los hechos a ilustrar su historia. Cualquiera que sea el corruptor, no habra como disculpar haber aceptado el soborno, de la negociación asquerosa o de la venta de votos practicada por miembros del Poder Legislativo. La institución del "salariazo", que introduce en la historia del Congreso algo como una bancada mercenaria, representa una de los más graves papelones ya vistas en la trayectoria parlamentaria brasilera. No se trata apenas de una corrupción localizada. Se trata si de un sistema de adulteración de la voluntad política del Congreso, efectuada de manera criminosa y sistemática. Se trata de no legitimar las votaciones ocurridas en los últimos dos años, colocando sobre sospecha la calidad de las decisiones adoptadas, algunas de mayor importancia para el país y su población. Fueron aprobadas en este período manchado por la vigencia del "salariazo", leyes como las que definieron las reformas de la Previdencia, tributaria y del Judiciario. Crearon las PPPs (parcerias publico-privadas) y los estatutos de la Ancianidad y del Desarmamento y dieron la versión final para decisiones historicas como la del nuevo Código Civil. La tragedia del "salariazo" coloca en un mismo lugar todas las decisiones tomadas por la Camara. La repercusión no podría ser mas desastrosa. Toda institución quedó sobre la sombra de la sospecha. El propio sistema representativo fue golpeado, pues la compra de votos altera el equilibrio que la elección determinó, defraudando por lo tanto la voluntad popular. Si a esa situación se adiciona el resultado de la pesquisa de opinión que apunta 46% de la población desaprobando el Congreso Nacional y los políticos, se tiene un panorama que precisa ser modificado. Por esas razones es fundamental que las CPIs (grupos de investigacion) y los demas procedimientos en curso en el Congreso se realizan con seriedad, responsabilidad y transperencia. Diputados y senadores tienen la obligación de rescatar la respetabilidad del poder. Pero, dudo mucho que los cara duras hagan alguna cosa. Al final, son representantes de un sistema podrido. Carlos Silva |
A grave crise que afeta partidos políticos, agentes do governo e parlamentares tem como uma de suas pontas mais destacadas a ação do Congresso e, nele, a Câmara Federal. São deputados alguns dos acusadores e dos acusados mais proeminentes e era a atividade parlamentar o objetivo do chamado mensalão. É inevitável, por isso, que o episódio recairá sobre o parlamento como mais um dos fatos a deslustrarem sua trajetória. Qualquer que seja o corruptor, não haverá como desculpar a aceitação do suborno, da negociação espúria ou da venda de votos praticada por membros do Poder Legislativo. A instituição do mensalão, que introduz na história do Congresso algo como uma bancada mercenária, representa uma das mais graves mazelas já vistas na trajetória parlamentar brasileira. Não se trata apenas de uma corrupção localizada, trata-se sim de um sistema de adulteração da vontade política do Congresso, efetuada de maneira criminosa e sistemática. Trata-se da deslegitimação de votações ocorridas nos últimos dois anos, colocando sob suspeita a qualidade das decisões adotadas, algumas da maior importância para o país e sua população. Foram aprovadas no período maculado pela vigência do mensalão leis como as que definiram as reformas previdenciária, tributária e do Judiciário, criaram as PPPs (parcerias público-privadas) e os estatutos do Idoso e do Desarmamento e deram a versão final para decisões históricas como a do novo Código Civil. A tragédia do mensalão coloca na mesma vala comum todas as decisões tomadas pela Câmara. A repercussão não poderia ser mais desastrosa. Toda instituição fica sob a sombra da suspeita. Um dos esteios da democracia representativa e um dos pilares da divisão de poderes que caracteriza os Estados modernos foi agredido em sua essência. O próprio sistema representativo foi atingido, pois a compra de votos altera o equilíbrio que a eleição determinou, fraudando portanto a vontade popular. Se a essa situação se adicionar o resultado da pesquisa de opinião que aponta 46% da população desaprovando o Congresso Nacional e os políticos, tem-se um panorama que precisa ser modificado. Por essas razões, é fundamental que as CPIs e os demais procedimentos em curso no Congresso se realizem com seriedade, responsabilidade e transparência. Deputados e senadores têm a obrigação de resgatarem a respeitabilidade do poder. Mas, duvido muito que os cara de pau façam alguma coisa. No final, são representantes de um sistema podre. Carlos Silva |